segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Resposta a um comentário

Segue-se a resposta a um comentário deixado por jvs. À transcrição do comentário foram adicionadas apenas correções ortográficas.

Uma coisa eu gosto do Manuel Vicente. Um dia foi a FAUTL falar da Ordem e só disse mal e era Vice-Presidente. O que é que o Arq. Manuel Vicente fez para melhorar a Ordem? Porque é que ele nao se demitiu da Ordem se era contra ela?

Queremos saber isso?

O Arq. Manuel Vicente foi convidado para integrar a equipa que ganhou as eleições para a OA nos dois mandatos mais recentes. O programa dessa canditatura era o desejo de uma equipa e não exclusivamente o desejo do Arq. Manuel Vicente. Não estive presente na FAUTL no episódio mencionado, mas parece-me possível (e legítimo...) terem existido críticas ao programa da OA de então, visto, como disse, esse programa ser o desejo de uma equipa, e não de uma pessoa só. O que o Arq. Manuel Vicente fez para melhorar a OA começa exactamente nesse ponto: a crítica e a pertinência. Aliás, a própria Arq. Helena Roseta disse publicamente, em várias ocasiões, que o contributo do seu Vice-Presidente era louvável "por fazer as perguntas que mais ninguém fazia" e "por inteligentemente desviar a ordem de trabalhos das Assembleias para os problemas prácticos mais pertinentes". O contributo do Arq. Manuel Vicente sempre foi valioso para a equipa a que pertenceu, portanto, não creio haver razão para (sequer) pensar numa eventual demissão. Em qualquer trabalho de equipa existem divergências, mas é para isso que servem as equipas: uns complementam o trabalho dos outros.


O que é que vocês vão fazer em relação aos licenciados que querem entrar na Ordem?

O processo de ingresso à OA encontra-se presentemente bastante simplificado; este foi aliás um dos trabalhos mais importantes do mandato vigente. Consideramos este ponto como estabilizado havendo outras políticas de base (e antes desta) que necessitam de alterações.

Qual é a vossa opinião sobre as dezenas de cursos de arquitectura?
Seria também sensato colocar esta mesma questão ao Ministério da Educação.

Existem qualquer coisa como 35 cursos de Arquitectura em Portugal. A nossa opinião é que são demais, visto que o país não possui uma procura nem de perto equivalente à oferta profissional nesta área. A solução para muitos licenciados em Arquitectura portugueses passa pela deslocação para o estrangeiro para encontrar trabalho na sua área profissional, o que nos leva a estabelecer como uma prioridade a criação de uma rede interactiva de carácter internacional que, entre outras vantagens, permitirá uma melhor defesa dos arquitectos nacionais em países estrangeiros.


Qual é a vossa opinião sobre os 16 mil arquitectos em Portugal?
Qual eh a vossa opiniao sobre os arquitectos desempregados?

Qual eh a vossa opiniao e medidas a tomar em relacao as condicoes de trabalho de muitos jovens arquitectos, membros da Ordem?

Qual eh a vossa opiniao da falta de direitos dos jovens arquitectos?


Seria óptimo se todos encontrassem trabalho. Mas, como assim não acontece, a Ordem passará a funcionar como uma rede interactiva profissional, isto é, para além de estabelecer eventuais parcerias e protocolos com outras entidades de fomentação de emprego (CEFP, IAPMEI, etc.), disponibilizará também serviços personalizados (apoio jurídico/aconselhamento legal, arbitragem de conflitos, seguros, garantias financeiras, mediação contabilística, fundos de arranque para ateliers, como o Microcrédito, a negociar com entidades financeiras públicas e privadas, bolsas, empréstimos bonificados garantidos pela ordem, etc.) além disto será também disponibilizado on-line, um conjunto de documentação essencial para o exercício da profissão (informação técnica continuada, documentação-tipo – cadernos de encargos, modelos de contractos, organização de processos e respectivo seguimento administrativo do “licenciamento”, modelos de organização contabilística, legislação nacional/internacional, informações de concursos, um possível directório nacional de concursos comentado e outras actividades de âmbito profissional).

Por várias vezes, a palavra "estagiário" foi proferida nas discussões levadas a cabo no seio desta candidatura. Consideramos esta componente do programa tão importante como delicada e, por ainda encontrar-se em discussão, adiantaremos as nossas conclusões num futuro próximo.

Gostava que a Ordem fosse uma entidade prática e nao uma entidade judicial...
É exactamente esse um dos princípios que levou à hipótese desta candidatura. A aproximação da OA dos seus membros é uma flagrância que será notada caso esta candidatura vença as eleições de Outubro.

Sérgio Xavier
Secretário da candidatura


6 comentários:

Pedro Homem de Gouveia disse...

Boas respostas, propostas interessantes.

Há aqui uma questão que importa sublinhar: a acção cultural da Ordem é importante, ninguém o nega, mas não é aceitável que os investimentos feitos nessa acção cultural inviabilizem ou limitem a intervenção da Ordem noutros campos.

Um excelente exemplo é o da Trienal de Arquitectura, realizada pela Secção Regional Sul.

Quantas pessoas foram contratadas para realizar esta trienal, entre comissários e novos funcionários da Ordem? E de entre aqueles que já são funcionários ou membros eleitos (pagos), quantos foram direccionados para trabalhar na trienal? Não foram poucos, como imagina o leitor.

Em contrapartida, saberá o leitor quantos funcionários tem a Secção Regional Sul a assegurar o apoio à prática?...

Essa já é mais fácil de responder: apenas 1 (um).

Sobre prioridades, estamos conversados.

tms disse...

Caro Pedro, julgo que mais uma vez não estamos em desacordo. Escrevi este post antes de ler o teu comentário:
http://rb02.blogspot.com/2007/08/eleies-na-ordem-dos-arquitectos-ii.html

Um abraço Manuel!

Anónimo disse...

passem pelo www.na-ordem.blogspot.com....estejam atentos.

Anónimo disse...

Uma instituição, assim como uma candidatura, é apenas e única exclusivamente uma cara? Não deveria de seguir os ideais de Ordem, sem rosto mas sim um grupo de pessoas que tentam melhorar a situação vigente? Devo de ser muito lirica e inocente mas sempre pensei no colectivo e não no individual...
O que me leva a crer que esta candidatura é mais uma volta ao circuito, aonde o rosto se altera mas a velocidade e o conceito é o mesmo.
Neste jardim plantado à beira mar, se temos revistas cor-de-rosa a promover party' people, também tinhamos de ter uma instituição a autopromover-se. O conceito é o mesmo, há quem pague pelas revistas e nós pagamos cotas para publicações e exposições...
Cultura no meu léxico tem um significado muito diferente e em nada se assemelha ao usado pela OA.
M. Irene Torres

Anónimo disse...

Aprendi muito

Anónimo disse...

Por que nao:)