segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

"A Degradação das Ordens"

Fica a sugestão de leitura da crónica do Prof. João César das Neves do Diário de Notícias, de hoje.

Uma carta

Ao arrumar o dossier da OA encontrei esta carta, eu sabia que a tinha escrito, mas não sabia onde estava, nem que era tão extensa. Agradou-me compará-la com o nosso programa da lista C; as preocupações não mudaram muito, pois não?


Ao Conselho Directivo Nacional
da Ordem dos
Arquitectos



Foi-me solicitado pela nossa Presidente que a substituísse na representação da Ordem dos Arquitectos ao Congresso Nacional de Engenharia de Estruturas.

Neste congresso, a O. A. fazia parte do grupo de apoiantes, juntamente com o L.N.E.C. e a O. E., integrava a Comissão de Honra, e por aí (?) a Mesa da Sessão de Abertura, devendo o seu representante fazer “.. uma pequena intervenção de cinco minutos em nome da Ordem dos Arquitectos, como apoiante do congresso” .
Ontem, por telefonema da Dr.ª Cidalina Duarte, fui informado da não necessidade de “...uso da palavra dado que não ia haver tempo para tal.”
Na altura achei óptima ideia, mas hoje tive oportunidade de verificar que o meu entusiasmo era irreflectido: fomos apagados tanto do microfone, como da mesa, tendo os restantes mesários usado prolixamente da palavra, e o ministro fechado a prelecção como lhe competia.
Falou-se (discorreu-se) sobre qualidade estética (e não só) qualidade da formação escolar e universitária, responsabilidade na idoneídade cientifica e técnica dos projectos e respectiva gestão, importância do dono da obra e sacrossantidade dos investi (mentos e dores), mas não se falou das inquantificáveis demoras nas aprovações oficiais, nem das inconsistências e/ou incoerências das regras de gestão de territórios (urbanos no caso especifico ali em causa – a edificação) ou menos ainda da indefinição das fronteiras entre àreas de poder de projectistas, donos de obra e/ou poderes públicos.
Como só hoje recebi da O. A., por solicitação minha, copia do fax da organização do C.N.E.E., não sei se a nossa remoção da mesa terá ou não derivado da falta de resposta atempada da O.A.a esse mesmo fax...

De tudo isto, proponho à reflexão do C.D.N., (que integro), os seguintes pontos:

1. Quando aceitei o convite para integrar a lista C enquanto candidato a vice-presidente do C.D.N., não entendi o cargo como um compromisso de voluntariado e voluntarismo, equiparável a uma qualquer “O.N.G.” humanitária. Não o entendi eu, e penso que ninguém o devera ter entendido assim.

2. Logo, é para mim muito claro (desde sempre, mas sobretudo agora) que haverá uma certa área cinzenta na definição da tipologia da nossa intervenção, aferida pelas disponibilidades / recursos (lato senso) e pelas prioridades reais.

3. Do meu ponto de vista, uma prioridade principal é a da eficácia e autonomia da maquina burocrática/administrativa; implicando a sua imediata e total profissionalização, debaixo da coordenação (também profissionalizada ?) de um membro do C.D.N.
Para mim, e em termos orçamentais sobretudo, este é o objectivo condicionante de todos os outros e que maior visibilidade poderá trazer ao nosso moto de campanha: MUDAR A ORDEM DAS COISAS.

4. A segunda prioridade, digo “sine qua non” é a reavaliação do nosso programa eleitoral e plano de actividades, aprofundada à luz da experiência ganha neste inicio de mandato, identificando um por um os pontos fulcrais das dificuldades sentidas na persecução de uma pratica profissional, socialmente útil e como tal reconhecível e reconhecida: IT´S A WILD WORLDOUT THERE.
Ponderando e pensando as palavras direi, resumindo: que se f... a taça que é de papelão, ou melhor que se f... a nossa (da O.A.) produção cultural, que é de salão.

5. Como não vou, nunca fui, nem faço tensões de ir, a qualquer congresso internacional, só me disponho a ir à U.I.A. / Berlim se houver instruções úteis e consensuais para a participação da O.A. , nesse evento.

Não contem comigo para fazer muito ( ou pouco) trabalho de casa. A U.I.A. não faz parte dos meus interesses principais, e já viajei mais que o que alguma vez imaginei. Tudo o que tenho para pôr a disposição da O.A. é alguma inteligência e acumulação de reflexões, saberes e praticas (que julgo de alguma utilidade) para alem da postura pública, da voz grossa e de uma quantidade razoável de auto-segurança.
Se para alguma coisa estes atributos vos poderem servir, usem-nos, comigo, claro. Só que antes terão que preparar os “cenários” e “décors” e não entregarem-me aos bichos, como hoje aconteceu no L.N.E.C. , porque aí perdemos todos – ainda que eu apenas a paciência.

Com a V. dedicação, esforço e entusiasmo, ao serviço de objectivos mais rigorosa e profundamente definidos, no colectivo do C.D.N., WE MAY HOPEFULLY REACH THE SKYES…


Afectuosamente,

Manuel
Vicente
Lisboa, 10 de Julho de 2002

Para quem quiser recordar o programa da Lista C, é só carregar aqui.

m v


sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Decisão Final

Para quem não tiver pachorra para ler a sentença toda:


Felicitamos todos os candidatos desta lista, e informamos todos os interessados pelos/dos resultados obtidos na acção de contencioso eleitoral relativa às eleições para a Ordem dos Arquitectos, cuja decisão final resume-se:

a) anulação os actos pelos quais a lista C foi excluída do acto eleitoral;

b) condenação da Ordem dos Arquitectos a admitir a Lista C às eleições a repetir, e ao procedimento e acto eleitorais;

c) o Tribunal ainda declarou nulo o acto eleitoral realizado em 18 de Outubro de 2007.


Parabéns a todos os que apoiaram esta acção, foi feita justiça.


Para quem tiver pachorra para ler a sentença toda:
aqui. (fazer o download do documento)